Tuesday, August 16, 2005

Resta-nos esperar.Esperar que chova, que o inverno não traga cheias, que bons filmes surjam, que a música continue, que não nos decepcionem, que a literatura encha os espaços agora tão vazios, que os corpos se encontrem e dialoguem, que o Hamas e outros não caiam na armadilha preparada, que a beleza mantenha o desejo, que a tristeza seja breve, que o silêncio nos leve a desejar falar, que algo nos leve a voltar quando tudo nos empurra para continuar e não voltar...
O momento, ao fim destes meses, quer-se de introspecção. Temporariamente este blog está encerrado.Fiquem bem.
A luta é... contínua.

Celeman

Saturday, August 13, 2005

...Não gosto de pedir, antes de tudo porque é cansativo;depois, porque isso não serve geralmente para nada.Não desejo nada.Ora, a solicitação é uma das formas de desejo, a consequência de um desejo.Isso não existe em mim, porque, no fundo, sinto-me muito bem sem ter produzido nada por muito tempo.Não atribuo ao artista uma espécie de função social em que ele se acha obrigado a fazer qualquer coisa, em que tenha um dever para com o público.Tenho horror a todas essas considerações.

Marcel Duchamp in Engenheiro do tempo perdido- entrevistas com Pierre Cabane

Tempo de descanso ou está mesmo tudo a parar?

Roda de Bicicleta Marcel Duchamp

Friday, August 12, 2005

Já a noite ia longa e a insónia era a companhia. Os olhos não se concentravam em mais do que uma frase do livro. Ligar a televisão ou não ligar?Dizem que ajuda a dormir.Uma vez ligada, as luzes e cores não são diferentes. Ao parar no 2º- Luís Pacheco.Por momentos, troquei de companhia, foi-se a insónia. Arrebatador!O homem, como alguém disse, fez tudo o que queria como queria. No fim, eu, já só queria dormir. Foi-se a insónia, ficou o Luís Pacheco, eu acordado.

Monday, August 08, 2005

Agora é só esvaziar a pasta dos itens
eliminados e nunca mais me lembrarei
de ti. Se calhar vais dizer que a seguir
vem a palavra mágoa e um regresso
aos primeiros tempos. Não vem nada.

Não vês que já não é a mesma coisa?
Eu agora encolho muito os ombros
e já não quero ter razão, dei-te um prazo
para passares uma esponja
pelas chamadas agruras da vida
e quando o prazo acabou
senti-me mesmo mal como juiz.

Só foi pena que tivesse de ser
com palavras calhar-me assim o direito
à expressão, pior ainda, só foi pena
o nervo negativo não ter agido
para accionar o poder de dizer
basta não dizes mais nada.

Visto assim o amor é uma coisa
abandonada, uma inocente cratera
com um eco até às entranhas, violência
que parece claridade e só é
podre seio na beleza mais intensa.

Com cinco letrinhas apenas
se escreve a palavra morte e se bem que
a palavra morte ocorra vezes sem conta
há uma outra palavra que não deixa
de apertar no coração.Também cinco
letrinhas apenas e é a palavra corpo.

Helder Moura Pereira In "Mútuo consentimento"

Sunday, August 07, 2005

Apetece sair sem saber para onde...

Saturday, August 06, 2005

Sintra continua a encantar! Se o dia aquece, o fresco que nos acaricia, faz lembrar a entrada em propriedade privada e a saída precipitada de um lugar que nos aconchegava. A disponibilidade, para o exterior, marca a memória com traços arrepiantes do risco de perdição. São muitos os lugares para nos perdermos.Sintra é um deles.

Friday, August 05, 2005

Hiroshima

60 anos...
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Wednesday, August 03, 2005

Este blog não está a cumprir...

Monday, August 01, 2005

No movimento contínuo deste desassossego não há espaço para a OTA, TGV, etc. Não são causas que mobilizem nem assuntos estimulantes. Não se percebe que o mal não é a construção ou desconstrução?Enquanto processo criativo, esse sim, é estimulante.O que desilude é não haver discusão sobre a mundança de rumo a dar a isto. Crie-se uma "zona libertada" de soluções antigas. Inventem-se novas soluções. Chega de dizer as mesmas coisas, umas vezes a cor de rosa, outras a cor de laranja!