Wednesday, November 25, 2009

...de uma prisão qualquer II

Wednesday, November 11, 2009

...de uma prisão qualquer I

É dia de celebrar a independência algures em África. Desejava-se que fosse a liberdade a ser celebrada.Essa festa parece adiada.Aqui a celebração é outra.Apagam-se as luzes.O movimento interno acelera.As grandes viagens são no interior e a sós.Esta tem companhia.É dia de soltura.Devia ser tudo azul-Kind of Blue.Jimmy Cobbs, sobrevivente do grupo que com Miles Davis nos deixou um mundo mais brilhante vem, sem saber, ajudar nesta luta pela sobrevivência.E por dentro está-se, red.A caminhada para a liberdade está em marcha. Está-se embalado e quem nos acompanha, na alegria da nossa alegria, nada nos quer pedir, tudo merece e partilhamos o momento. Nesta prisão querem-nos sós.Fatal engano. Aprendemos a ludibriar os algozes.O contrabaixo, a bateria e o piano marcam o ritmo. É o som do trompete juntamente com o saxofone que anunciam a longa caminhada. Um sopro de ânimo...

Tuesday, November 10, 2009

...de uma prisão qualquer

O olhar ao cair nas paredes brancas, mal iluminadas, descobre seres rastejantes e minúsculos insectos.No silêncio, outrora ocupado pela música, a escrita dificultada pelo pensamento é interrompida e contempla-se a vida que se terá de interromper para outra continuar. Aos vermes, insectos rastejantes ou outros, que nos incomodam somos tentados a afastá-los.O olhar sem pressa nem ansiedade associa-se a uma determinação de reaver o silêncio, a vida perturbada pelo zumbido. Por uma vez tenta-se com um leve movimento de mão afugentar o que voa. Outra vez, um leve toque com o pé para acelerar o rastejar de quem lentamente teima em perturbar. A dor da picada profunda, o sangue chupado e misturado com sangue de outros, alimenta e pesa no voo-uma palmada seca que manchará de sangue a mão e a parede imaculada ou afastar para longe e deixar que o peso do sangue deixe o seu rasto longe? Ao afastar, o espectáculo da agonia de quem nem uma palmada vale. A dor cala fundo.
Na verdade este mundo é uma comédia para quem pensa e uma tragédia para quem sente.