Poucos serão os que nos idos anos 80 não tiveram algum contacto com os "cursos" do Fundo Social Europeu. Cursos que ainda hoje quando se olha para um CV apenas serviram para ganhar uns cobres e pouco aprender. Na altura havia os "cursitas militantes", que já tinham no curriculum uma mão cheia de cursos do FSE, e os que se candidatavam a tal palmarés.Os outros, distraídos, lá iam fazendo um ou outro e quase sempre dos menos bem pagos. Ouvia-se e percebia-se que muitos monitores e organizadores dos cursos ali estavam para ganhar o seu e pouco mais.Foi dinheiro mal aproveitado numa época que tudo se deveria ter aproveitado.Hoje, lamenta-se o desaproveitamento de oportunidades e responsáveis são apontados. Houve vários processos judiciais com culpados e inocentes. Saber hoje que há processos dessa altura que ainda estão por "resolver", com custos para as pessoas envolvidas, inocentes ou não, está para além da compreensão dos simples mortais.É escandaloso!
Saturday, September 30, 2006
Tuesday, September 26, 2006
"-, qual é a tua opinião sobre isso? Pensas também que o significado da vida não seja outro senão a paixão, que um dia invade o nosso coração, a nossa alma e o nosso corpo, e depois arde para sempre , até à morte? Aconteça o que acontecer? E que se nós vivemos essa paixão, talvez não tenhamos vivido em vão? É assim tão profunda, tão maldosa, tão grandiosa e desumana a paixão?...E talvez não se dirija a uma pessoa em concreto, mas apenas ao desejo mesmo? Essa é a pergunta. Ou dirige-se a uma pessoa em concreto, desde sempre e para sempre à única e mesma pessoa misteriosa, que pode ser boa ou má, mas cujas acções e qualidades não influenciam a intensidade da paixão que nos une a ela? Responde, se sabes responder - diz mais alto e insistente."
Sándor Márai/ As velas ardem até ao fim (Dom Quixote)
Thursday, September 21, 2006
Sunday, September 17, 2006
Aspiração
Ainda o meu canto dolente
e a minha tristeza
no Congo, na Geórgia, no Amazonas
Ainda
o meu sonho de batuque em noites de luar
ainda os meus braços
ainda os meus olhos
ainda os meus gritos
Ainda o dorso vergastado
o coração abandonado
a alma entregue à fé
ainda a dúvida
E sobre os meus cantos
os meus sonhos
os meus olhos
os meus gritos
sobre o meu mundo isolado
o tempo parado
Ainda o meu espírito
ainda o quissange
a marimba
a viola
o saxofone
ainda os meus ritmos de ritual orgíaco
Ainda a minha vida
oferecida à Vida
ainda o meu desejo
Ainda o meu sonho
o meu grito
o meu braço
a sustentar o meu Querer
E nas sanzalas
nas casas
no subúrbios das cidades
para lá das linhas
nos recantos escuros das casas ricas
onde os negros murmuram: ainda
O meu desejo
transformado em força
inspirando as consciências desesperadas.
Agostinho Neto 1922/1979
Tuesday, September 12, 2006
Wednesday, September 06, 2006
Sunday, September 03, 2006
Serendipidade
Há quem sem procurar acha.Outros há que procurando nunca acham. Procurando incessantemente há os que acham, mas não, o que procuram. Não é por acaso que se acha.O que se acha é que é um acaso. A procura é o que move e o encontro do acaso surpreende por deixar esquecer o que se procurava. Neste acaso pode estar a explicação para muito do que ainda não tem resposta ou a pergunta que leva a nova procura. É de perguntas que se precisa. As respostas ficam para outros. São vários os modos de vida nesta Vida.