A Lua seja de Agosto ou de Janeiro sempre foi a Lua. Com o telescópio de brinquedo olhar as estrelas e a Lua dava asas.Apollo 11 na lua. Foi acontecimento ouvido e sonhado.Tal como o Concorde na sua passagem por terras quentes em que, da janela da sala de aula, a professora condescendente lá deixou espreitar e ouvir o seu rugido. O nariz no ar, os olhos espantados,o voo dos audazes.Depois vieram os Mig`s 21 a ultrapassarem a barreira de som, a rasgarem os céus e a darem mais esperança para o fim do conflito que tudo ensombrva.Os olhos sempre nos ceús, a cabeça na Lua.Era melhor ter a cabeça Lua que os pés na Terra.Tempos em que o tempo deixava olhar para as estrelas e com elas brincar.Vamos para Marte ou Saturno? Tanto faz.Vamos voar...

Pina Bausch 1940-2009

Creio que era verão.Pelo menos sol havia.O tempo era aproveitado em deambulações, leitura, cinema, conversa e tudo o mais. Uma visita,comum, à Fundação Calouste Gulbenkian , eis que à entrada a figura esquia, nívea, que dias antes havia permanecido no palco no intervalo do espectáculo, ali estava à minha frente.Num impulso, ali mesmo, fiz o pedido improvável de um autógrafo. Do autógrafo pouco sei. A imagem e os espectáculos que fui acompanhando de Pina Bausch estão para sempre. Com ela, Anne Teresa de Keersmaeker, Olga Roriz, Marina Abramovic e tantos outros, aprendi muito do corpo, do ser e do movimento. Agora, surpreendido, a dança, resume-se ao movimento interior, com as ausências.