Monday, June 13, 2005

Até sempre, camarada

Conta-se de uma prisioneira algures em África, a quem se ofereceu leite, que recusou dizendo: os verdadeiros comunistas não bebem leite!Hoje pergunto, será que choram?Creio que sim. É provável que não se vejam lágrimas nos rostos ligados ao homem, mas as lágrimas e os gritos estão lá.Oito anos de isolamento numa cela,uma convicção inabalável, um sonho desfeito, uma luta contínua. Quantos de nós aguentariam? Provavelmente ouvir-se-á a Internacional, o vermelho será a cor dominante, honras lhe serão prestadas, mas o que fica é o passado de quem não quis, não pôde ou não foi capaz de viver o futuro, dialeticamente. Hoje sonha-se não com os ontens que cantam, nem com a fé dos crentes, nem com amanhãs sem luta. A Luta continua, mas não vou por aí, Camarada!

“ Não queremos um mundo onde a garantia de não morrer de fome se tranforme em certeza de morrer de tédio” Vaneigem

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