Tuesday, February 21, 2006

Dias de combustão interna...

A memória dos cânticos dos peregrinos em Tanhauser, o desespero de quem seguiu os instintos, estimula o raciocínio para o desajustamento em que alguns vivem. O romantismo já era. Não o romantismo da oferta de flores, fins de semana bucólicos ou jantares em dias especiais. O romantismo que, com a dor arranca lágrimas e com o prazer do vivido, nos leva a permitir a entrada do outro na nossa pele é algo que está desajustado no momento actual. Vivemos o pós-romantismo, neo-romantismo? Os companheiros de desajustamento também não se importam com o ismo em que vivemos. Porém, uma tentativa de "adaptação" à época, parece anunciar uma facilitação da vida. Agora, importa que, acima de tudo não nos façam chorar. Mesmo que, não se vibre e grite de prazer, o importante é que o coração esteja calmo, sossegado. Nada de deslocar o centro de gravidade na direcção do outro e cair na dependência. Dizia Rilke para Salomé: ...E, se o cérebro me incendiares também por fim/ Hei-de então levar-te no meu sangue. Que bom desajustamento.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home