Na superfície, a metamorfose da embriaguez
" Que há dentro deste ser, que não tem limites? Que há dentro deste ser de real e verdadeiro? cada um assume proporções temerosas.Caem lá dentro palavras, sentimentos, sonho - é um poço sem fundo, que vai até à raiz da vida.À superfície todos nós nos conhecemos.Depois há outra camada, outra depois. Depois um bafo. Ninguém se conhece a si próprio quanto mais aos outros, e só à superfície ou lá para muito fundo é que nos tocamos todos como as árvores de uma floresta- no céu e no interior da terra. De mais baixo ainda vêm terrores, ânsias, desespero...A maior parte das criatures não só se ignoram como não passam nunca da camada superficial."
Raúl Brandão in Húmus
Raúl Brandão in Húmus
4 Comments:
Retrato correcto do ser humano, que espelha bem e em enormíssima percentagem, este animal que somos de poucas virtudes e muitos defeitos, mas que acredito querer aperfeiçoar-se e para os quais está reservado um futuro excepcional.
Raul Brandão. Além de uma escolha que, por vários motivos, me agrada lembrei-me de uma animação, aquela do bonequinho verde, o Schrek...somos como as cebolas...às camadas...
E são as, camadas, mais profundas que mais apetece conhecer...
Ouvi uma vez alguém dizer que para se conhecer realmente alguém era preciso dar-lhe poder.
beijinho
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