Friday, July 21, 2006

As tardes já não servem para o que só a noite pode esconder. O desejo vindo daquele lado não é desejado mas ainda assim lá se põe a jeito, com esforço, e alguma humidade sobrevem para que tudo se passe rápido e sem deixar marcas.Claro que as marcas são profundas. Deseja-se não ser desejada. Os corpos não se encontram e nesse desencontro lá vão pedindo que se afastem, talvez, para sempre. Podia ter sido dito que não apetecia. Era muito simples, mas com alto grau de dificuldade. Há que dar a provar o sabor amargo do desdém, da indiferença. Ao voltar costas não por um desejo de maior penetração ou de estímulo interior, evita-se o sufoco dos lábios que procuram uma réstia de estímulo para que isto, como se diz,valha a pena. Quando se pára o confronto físico, sem que nada tenha acabado, de olhos postos no tecto a batalha do silêncio gela o ambiente que tanto se queria bem quente.Um movimento e a pele,tocada ao de leve, arde. Tudo é suportável excepto a necessária procura do semblante, de songamonga, que confirma que entre isto e a dormida é a segunda a mais desejada.

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