Wednesday, October 17, 2007

A distância falha em aproximar. O corpo pede o que, do outro lado, se teima em entender como recusa.Deambula-se, perdidos, num espaço que o tempo teima em afastar. Vive-se o que por baixo da pele continua a agitar. Poderia ser saudade. O espaço oprimido, pelo desejo, impede que a saudade venha. O desejo é de todos os dias. Vive-se o que ontem foi intenso e hoje intensamente se recorda e quer mais. Como se pode recusar o que tanto se deseja? Uma hesitação, um silêncio, a palavra errada e o que dentro ferve e tem que ser reprimido é mal entendido. Criam-se distâncias e o tempo serve de desculpa.

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