Tuesday, November 10, 2009

...de uma prisão qualquer

O olhar ao cair nas paredes brancas, mal iluminadas, descobre seres rastejantes e minúsculos insectos.No silêncio, outrora ocupado pela música, a escrita dificultada pelo pensamento é interrompida e contempla-se a vida que se terá de interromper para outra continuar. Aos vermes, insectos rastejantes ou outros, que nos incomodam somos tentados a afastá-los.O olhar sem pressa nem ansiedade associa-se a uma determinação de reaver o silêncio, a vida perturbada pelo zumbido. Por uma vez tenta-se com um leve movimento de mão afugentar o que voa. Outra vez, um leve toque com o pé para acelerar o rastejar de quem lentamente teima em perturbar. A dor da picada profunda, o sangue chupado e misturado com sangue de outros, alimenta e pesa no voo-uma palmada seca que manchará de sangue a mão e a parede imaculada ou afastar para longe e deixar que o peso do sangue deixe o seu rasto longe? Ao afastar, o espectáculo da agonia de quem nem uma palmada vale. A dor cala fundo.
Na verdade este mundo é uma comédia para quem pensa e uma tragédia para quem sente.

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