Wednesday, April 28, 2010

...de uma prisão qualquer V

Poderíamos passar horas e dias a argumentar sobre as guerras já passadas e as lutas travadas. Entre as que mal nos apercebemos, as que testemunhamos e as que, porque envolvidos, nos tornaram sobreviventes, nenhuma apagou a fúria de transformar.O desejo de ontem mantém-se sem esforço.Com esforço só a contenção, porque a mente adulterada recusa comandar o corpo. Já sem guerra mas sem paz. A luta é pelo recolhimento na trincheira em que os corpos recusam a mistura com os que, como camaleões, vestem a pele fria que arrefece o sangue. Quer-se manter o sangue quente. Sente-se o abraço quente, a palavra de revolta que aquece. Na angústia dos dias, o receio que a vida nos separe.

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