Monday, September 08, 2014

Erguem-se muros depois de tantas pontes construídas. Nesta contínua disposição para o exterior, o mais gélido de todos os verões. Nunca se procurou o equilíbrio total. Os movimentos sempre foram no sentido de, no outro, procurar o que dessassosegava. Constante provocação esticando os limites. Dor/prazer, trangressão/ordem. Por poucos momentos o equilibrío aparece e logo se provoca o desequilíbrio. No retiro, bem fundo por baixo da pele, uma chamada é respondida com sms. A ligeira provocação erótica deixa de ter qualquer efeito e na conversa troca-se a sedução pela política, arte, trabalho, como se nada disto estivesse ligado. A  alusão a qualquer "sombras best seller" só pode ser entendida como brincadeira e será Sade, Bataille, a salvar a honra. O tempo esgota-se, perde-se aonde muito se ganhou, com tão pouco para dar. 
Vai-se balançando a instalação, um leve sorriso no momento de equilíbrio, na imensa solidão. 

Pedra dentro e/and Pedra fora, 2014
Raúl Morão
Artistas Comprometidos? Talvez /Fundação Calouste Gulbenkian

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