No mundo realmente reinvertido, o verdadeiro é um momento do falso. Guy Debord" A sociedade do espectáculo"

O I.R.A abandonou a luta armada!A luta, diz o Sinn Fein, vai continuar.Agora sem armas de fogo.A palavra substitui as armas e o terreno de luta muda-se para os salões da política.Muitos morreram,houve domingos sangrentos,a fome foi opção de vida de alguns, mas hoje, a coragem de mudar de vida é de saudar.Há vidas mais difíceis de mudar que outras.Parece que, mesmo as mais difíceis,conseguem mudar.Parar é que não!

A música, a anunciar a entrada de uma mensagem, rasgou o silêncio que os lábios não conseguiam quebrar. Estava ali o aparelho. Era só pegar e ler o que estava na mensagem. As dúvidas, poderiam ser, esclarecidas ou aumentadas? Ler era pôr em causa um passado, que se pretendia, de respeito pelo espaço do outro. Quem mandou a mensagem? O que diz ela?
- Porque está com isso na mão?
- Recebeu uma mensagem.Pensei que era da minha mãe e li.
O cabelo foi puxado para trás e os olhos, que antes olhavam, agora fulminavam.
- Era?
O silêncio não demorou mais do que uns segundos.
A mensagem dizia: sinto os lábios que nunca foram meus...

O elevador seguia a sua descida para o calor infernal que se anunciava. Os olhos passeavam pelo tecto e por vezes pelos números que se sucediam.
- Está com um ar muito pouco alegre - diz a mãe
- Mas estou bem disposta.
- Com esse ar e com essa magreza, dá uma ideia de pouca saúde...
- É só a ideia.
- Ainda bem que vamos apanhar um bocado de sol. Está tão branca que até parece estar doente.Um pouco de cor sempre dá um ar mais saudável...
- Mas a maioria das pessoas de cor por esse mundo fora não estão nada saudáveis, muitas estão quase a morrer.Não é?

Nestes dias, a palavra está cada vez mais difícl de usar... silêncio é preciso.

“Sabe-o toda a gente e ninguém a maneira
de fugir de um céu que para este inferno todos atira” W. Shakespeare

Estamos a envelhecer e cada vez são mais as coisas que deixam de valer a pena.Dia chegará em que nada mais vai valer a pena. Esta forma de percorrer ruas, céus, corpos e nunca apagar os trilhos deixa marcas no corpo. Os sulcos, uns mais profundos que outros, convidam ou afastam corpos curiosos. No fim, o que vale a pena? O prazer de percorrer? A perda de quem nunca cá esteve? A presença de quem se pensava longe? Está perto o fim. Até lá, o grito que não é um sussurro, será LUTA CONTÍNUA!

Lembram-se dos namoros de verão, do vento que estraga os dias de praia, do azul esverdeado do mar, das noites que tardam em chegar? Tentem não estragar esses dias. Há zonas definidas para os desportos na praia, os cães não são bem vindos, as beatas não são para deixar na areia...tentem...

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O monstro do fogo!

Até quando vamos ter esta visita indesejada?

Profundidade de campo

Só quero ver o beijo...









"Manhattan" Woody Allen

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Hoje acordei com vontade de mentir. Queria expôr uma mentira que até os mais atentos julgassem ser verdade. O maior problema foi encontrar uma verdade para transformar em mentira. Em todas as verdades já morava a mentira e corria o risco de transformar uma meia verdade, independentemente do significado de tal, em mentira, o que seria no fundo a verdade da mentira. Estava neste dilema quando, afinal, acordei. Resumindo não acordei com vontade de mentir. Sonhei acordar com essa vontade ou acordei do sonho da mentira? Ou menti sobre a verdade da vontade de mentir? Haverá verdade nas nossas vidas?

Que visão...!

Lucian Freud " Girl on bed"

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Tenho resistido a falar sobre estes temas.Será porque Londres está perto de mim, amigos vivem por ali e familiares fazem lá a sua vida? Até hoje, quase todos os dias houve pelo menos um atentado no Iraque. Hoje Londres registou um atentado. Não temos o número exacto de pessoas mortas em atentados por esse mundo fora.Menos sabemos dos feridos. Eles estão a suceder-se muito rapidamente. Nada sei da vida e menos ainda da morte.Talvez por isso me impressione mais os que, vivos, estão feridos. São muitos, mutilados, estropiados, mentalmente afectados e sei lá que mais. Que vida será a deles? Estamos a falhar. A barbárie está de volta. Deixou de ser possivel a comunicação.Uns invadem, outros "explodem-se". Até quando vamos aguentar isto?Nós que não mandamos é que temos o poder para parar isto.Ou não?

Prazeres revisitados

“Tenderness can be just as abstract as insanity” David Lynch

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Mission accomplished...?

Tempel 1

E agora? Mais estrelas para olhar?

Já recomeçou o circo!?O que Lisboa mais precisa é de uma Catedral? A distração ainda fez pensar que se falava de outro estádio da luz.Uma catedral!? Estão a gozar ou está tudo louco? Depois do video de Carrilho, a Catedral de Nogueira Pinto, o que virá a seguir...

don´t give up the fight...

Apresentados como lendas.Talvez sejam isso mesmo. O que se sentiu, sábado, no MUSA foi uma grande vitalidade na procura e uso de ritmos e misturas.A admiração ao ver o diálogo, entre Robbie e Sly, reside apenas no facto de há cerca de vinte anos atrás , esse mesmo diálogo ser tão entusiasta e rico e agora permanecer tão vivo e actual. Reggae, ska, drum&bass, tudo foi "discutido" e que bem . Bunny Ruggs correspondeu.Mas, mesmo na sombra,viu-se quem manda.

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Ontem aterrou-se ou "areou-se" no MUSA. Zion Train, com o seu poderoso soundsystem, levaram os corpos a movimentos que variavam entre o embalo e a quase perda de controlo.Sentiu-se e ouviu-se.Perch e Fitta quase fizeram esquecer as vozes femininas de Molara e outras que lamentavelmente não ouvimos.Ainda com a batida e baixo nos corpos, hoje, promete-se Sly & Robbie.

“Nas coisas mais profundas e importantes estamos indizivelmente sós...”Rilke

Já deu para perceber que isto está preso por arames, mas POR FAVOR CALEM-SE!!!Já não suporto a conversa das contas, mercearia, déficit...NÃO QUERO MAIS (DES)INFORMAÇÃO SOBRE ISSO!